Após anos de espera, os servidores da educação da rede estadual foram negativamente surpreendidos pelo governo que, em reunião na manhã desta quinta-feira (31/7), na Casa Civil, propôs auxílio-alimentação de R$ 500 (atualmente é de R$ 253,46), auxílio-transporte no valor de R$ 200 (apenas para quem tem até quatro salários mínimos como base previdenciária) e um abono (sem valor revelado) no fim do ano, como forma de “compensação” na questão das titularidades, rejeitada pelo executivo estadual.
Essas propostas, consideradas rebaixadas e até mesmo ultrajantes foram apresentadas na segunda Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP), que é formada por sindicatos da categoria, representantes da Casa Civil, da Secretaria de Estado da Administração, da Secretaria de Estado de Finanças e da Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral.
A primeira MENP aconteceu no dia 11 de abril, quando o Sindicato dos Professores no Estado de Rondônia (SINPROF-RO) cobrou, do governo, a redução dos prazos estabelecidos para a conclusão dos chamados “estudos” (prometidos na reunião do dia 14/3) para avaliar se havia ou não condições financeiras de atender pontos fundamentais da pauta de reivindicação e valorização dos professores da rede estadual, principalmente porque essa negociação já se arrasta há mais de dois anos.
Para Elessandra Reis, presidente do SINPROF-RO, ainda que o governo tenha assegurado que ainda em 2025 vai realizar um concurso público para convocação em 2026 (uma das reivindicações da categoria), não há como vislumbrar avanços significativos na mesa desta quinta-feira, pois o Estado frustrou os servidores com propostas que são bem abaixo do esperado pelos profissionais do Magistério que há muito tempo vem sendo obrigados a se contentar com um auxílio-alimentação que não condiz com a realidade de um país onde os preços dos alimentos aumentam dia após dia.
“A reivindicação da categoria é por um auxílio-alimentação de, no mínimo, R$ 1,000,00, e não a metade disso. Além disso a proposta do auxílio-transporte não alcança a todos os professores, o que é uma injustiça. Para completar sequer teremos o tão almejado reajuste nas titularidades (pós-graduação, mestrado e doutorado), e em vez disso nos foi proposto um abono (que sequer teve valor definido) para ser anunciado em novembro e pago em dezembro”, explica Elessandra.
“Não podemos simplesmente aceitar essas propostas e da forma que foram estabelecidas. Por isso vamos manter aberto o canal de negociação com o governo e insistir em propostas que sejam decentes e justas e que valorizem, de fato, todos os profissionais do Magistério”, concluiu a presidente, que foi acompanhada pelo secretário geral Joelson Chaves de Queiroz e pelo advogado Hugo Lacerda, da assessoria jurídica do sindicato.